As eleições presidenciais de 2022 no Brasil é um bom exemplo de como o marketing digital está sendo utilizado, cada candidato usou de maneira muito peculiar as redes sociais e os ambientes digitais, se eles obtiveram sucesso ou não é outra questão. Contudo, o objetivo aqui não é trazer questões políticas e partidárias, o foco é entender como o marketing digital interferiu nesse processo.
Muitos são os aspectos relacionados ao marketing e a comunicação que podem (e merecem) ser abordados, contudo, um tema merece uma especial atenção, pois ele vem sendo tratado em diferentes veículos de comunicação ao redor do globo, quando o assunto é política e sociedade, POLARIZAÇÃO. Um tema polêmico e até mesmo controverso, mas que carece de uma abordagem um pouco mais profunda considerando aspectos de comunicação e de marketing.
O estudo sistemático das relações individuais a estímulos, ou simplesmente comportamento é uma das palavras chaves para iniciar essa reflexão. Para melhor compreensão, será feito um paralelo comparativo entre comportamento de compra e comportamento de voto. Ambos estão suscetíveis a variáveis como o contexto social do individuo, sua relação com diferentes grupos; aspectos psicossociais, influência desses grupos nas suas emoções e na sua psique; e até mesmo aspectos cognitivos e de racionalidade, em outras palavras, a relação custo-benefício racionalizada por esse individuo.
Os fatores que têm o poder de influenciar o processo decisório e o comportamento eleitoral são inúmeros, suas variáveis chegam a ser exponenciais, e adicionalmente, as emoções representam um componente vital dessas variáveis. Todavia, explorar todo os sentimentos que poderiam representar um papel importante no processo decisório seria extenuante, confuso e até mesmo inconclusivo. Sendo assim, a presente narrativa focará suas atenções em um dos mais primitivos sentimentos o Medo e, por consequência e Insegurança. Desse modo, um candidato for capaz de transmitir segurança ao seu eleitorado (público-alvo), ao passo que ele consiga projetar todo um cenário de incertezas e insegurança atrelado aos seus concorrentes, isso representará um ambiente competitivo-eleitoral totalmente favorável. Mas eu tenho certeza de que você já havia percebido isso, tanto aos candidatos aos quais você é a favor, quanto aos candidatos que és contra. Agora, analisando uma realidade eleitoral, o estímulo a polarização começa a fazer sentido, ele é uma poderosa ferramenta que pode ser amplamente empregada.
Obviamente, que um candidato deve ter um sólido plano de governo, saber demonstrar suas virtudes como ser humano e como político, demonstrar uma história de vida pública e privada condizente ao cargo que estão pleiteando, mas se ele não despertar no seu eleitorado uma profunda relação de confiança, todos os seus esforços terão sido em vão.
Independente, do seu viés político e eleitoral temos que reconhecer que nossas emoções estão podem ser “manipuladas” em qualquer processo eleitoral (ou de compra), e não é apenas utilizada por um ou dois candidatos, todos tentam se aproveitar dessa realidade, alguns com mais habilidade do que outros. A essa altura creio que você já consegue entender que cada imagem, cada fundo musical, a roupa utilizada e tantos outros fatores são escolhidos com muita racionalidade, afim de, mexer com as suas emoções e tornarem o público alvo mais suscetível a processos dirigidos de tomada de decisão.
Gostaria de finalizar esse texto com algumas reflexões. Primeiro, é uma atitude correta mexer com as emoções dos eleitores? O quanto suas emoções influenciaram ou influenciam o seu voto? Quais são as emoções além da segurança de você considera importante e que podem influenciar o seu voto? E por fim, você acredita que o seu voto é ou foi uma decisão exclusivamente sua?
Se puder compartilhe as suas respostas, elas podem ajudar outras pessoas a se posicionarem de maneira mais assertiva quando o assunto for eleições.
Forte abraço e obrigado por compartilhar seu tempo comigo.