Uma abordagem considerando processos eleitorais no Brasil e Estados Unidos
Verdadeiramente, existe uma relação do marketing com a política? Conceitos de marketing podem ser aplicados em uma disputa política? Pode-se comparar eleitores a consumidores e compradores? Por incrível que pareça essas questões e dúvidas rodeiam a mente de políticos e eleitores.
Mas vamos aos fatos, existe uma infinidade de conceitos e estratégias relacionadas ao marketing empregadas no ambiente político. Contudo, as ferramentas de marketing evoluíram, e praticamente todas as campanhas eleitorais mais recentes ancoraram suas ações no uso de ferramentas e estratégias digitais. Então, vamos aos nossos quatro exemplos.
O ano é 2009, e o momento histórico é a corrida eleitoral a presidência dos Estados Unidos da América, dentre outras ficou notoriamente conhecida a estratégia do candidato Barak Obama no uso de ferramentas de comunicação digital em sua “campanha de crowdfunding”. Outro evidente na história política eleitoral a presidência do mesmo país aconteceu no ano de 2016, onde o candidato Donald Trump, foi muito além, utilizou empresas de mineração e dados para traçar perfis de eleitores e utilizar isso tanto nas campanhas quanto nas projeções de votação. É bom lembrar que ambos os candidatos além de pioneiros se sagraram vencedores das respectivas eleições.
Outro exemplo, também a ser observado é o do então professor e militante político, Guilherme Boulos, no Brasil, onde ele desenvolveu claramente uma estratégia de marketing apoiada na construção de conteúdo, com foco em um público bem específico (persona), com esse conteúdo totalmente adaptado, empregando técnicas de “Content Marketing” e uma clara diferenciação entre marketing politico e eleitoral, apresentando um sólido, continuo e crescente planejamento de marketing, tendo como base as redes sociais, que resultou na sua eleição como um dos deputados mais votados nas eleições de 2022.
Adicionalmente, vêm do Brasil outro exemplo do emprego das redes sociais em processos políticos e eleitorais, o atual presidente do Brasil e deputado federal por seis mandatos, Jair Bolsonaro. Sua participação na mídia não foi repentina, a presença nas mídias convencionais como TV e rádio remontam meados da década de 90. Contudo, o que Jair e toda a sua equipe habilmente conseguirem fazer foi muito mais do que transitar das mídias tradicionais para as mídias e redes digitais, eles conseguiram com essa transição alavancar a presença de Jair nas redes sociais e aumentar exponencialmente o seu engajamento, mais uma vez, o marketing de conteúdo e diferenciação estratégica entre marketing político e marketing eleitoral representaram fatores decisivos para o sucesso nas eleições.
O propósito do artigo não é emitir opinião de valor sobre plataformas políticas e governamentais, meu objetivo é mostrar como o marketing digital foi empregado de diferentes maneiras, por diferentes agentes políticos, e em diferentes localidades. Mostar o poder do marketing, e como ele interfere no processo decisório de eleitores em torno do mundo. Ou você acha que suas opiniões são originalmente suas, que elas não foram influenciadas por nenhuma mídia ou estratégia de comunicação. A comunicação em massa vem criando sociedades e moldando ideias e conceitos a muito, muito tempo.
De fato, há certa similaridade nessas campanhas, mesmo considerando seus diferenciais políticos e ideológicos elas têm mais em comum do que vocês imaginam. Quer saber mais? Te convido a ler o meu próximo post.